O entardecer me deixa triste.
Vivo falando ou pensando alto essa frase. É por isso que tenho mania de trancar-me nessa hora, fico quietinha, até anoitecer, escurecer e não ver aquele momento do entardecer.
Como agora, quase 17:00 horas, fecho os olhos e sinto o cheiro de manteiga derretendo na frigideira e o queijo borbulhando, ouço o portão bater, a “carreira” espalhando pela entrada da casa: tênis, mochila, folhas com desenhos rabiscados, o resmungado dele pelo controle remoto e os passos dela apressados em direção a cozinha, onde estou, com os olhos brilhando e as novidades daquela tarde são tantas que as palavras são despejadas euforicamente...
As reclamações para entrarem no banho, os avisos de que façam o trabalho direitinho e estejam limpinhos na mesa em alguns minutos...
Os sorrisos largos, se entreolhando e sentindo o cheirinho do lanche misturado ao da felicidade do momento...
Abro o olho, sendo acordada pelo zunir do meu interfone, mas uma questão burocrática me chamando para a realidade.
Um comentário:
nossa...
lindo!
Beijos
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